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EVANGELHOS DE 11 E DE 18 DE MAIO DE 2017 - ORAÇÃO DOMINICAL (PAI NOSSO)

Capítulo XXVIII - Coletânea de Preces Espíritas - Preces Gerais (itens 2 e 3)

Os Espíritos recomendam que coloquemos a Oração dominical (Pai Nosso), não somente como prece, mas também como símbolo, já que de todas as preces, é a que eles colocam em primeiro lugar, seja porque procede do próprio Jesus (S. Mateus, cap. VI, vv. 9 a 13), seja porque pode substituir todas as outras.
Ela é perfeita em seu modelo de simplicidade, pois resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo (abrange tanto a profissão de fé, como um ato de adoração e de submissão; como o pedido das coisas necessárias à vida, além do princípio da caridade (seja em intenção de alguém, ou em intenção de si próprio)).
Por ela ser breve, o seu sentido profundo escapa da percepção da maioria das pessoas (da forma como se costuma recitá-la, geralmente os nossos pensamentos acabam não se fixando sobre as aplicações de cada uma de suas partes).
Muitas vezes ela é ditada como uma fórmula cuja eficácia se ache condicionada ao número de vezes que seja repetida (Allan Kardec critica dizendo que em algumas religiões a sugestão da eficácia da aplicação desta oração, se daria na proporção números cabalísticos: três, sete ou nove tomados à antiga crença supersticiosa na virtude dos números e de uso nas operações da magia (herança do judaísmo, e da influência de Leis Mosaicas).
Vamos ao estudo das partes desta exponencial oração, inclusive com as expressões originais do aramaico:

PRECE. - I. Pai Nosso, que estás no céu, santificado seja o Teu nome!
                     (Abun d-ba-Shmayya , Nethgaddash Shmakh)

Os Espíritos nos explicam que neste trecho o sentido é o de: devemos crer no Senhor por que tudo revela o teu poder e a tua bondade. A harmonia do universo é um testemunho da sabedoria, da prudência, e da previdência de Deus que ultrapassam todas as faculdades da compreensão humana. Em todas as obras da Criação (desde a minúscula até os astros que se movem no espaço), nós contemplamos a soberania, a sabedoria, e a paternal solicitude (aí o sentido de um Pai Universal, ou Pai de todos, portanto Pai Nosso), que se encontram inscritos em um único nome: DEUS! Por esse motivo, os Espíritos advertem: “Cego, portanto, é aquele que te não reconhece nas tuas obras, orgulhoso aquele que te não glorifica e ingrato aquele que te não rende graças.”

PRECE. - II. Venha a nós o Vosso reino!
                    (Tethe Malkuthakh)


Neste trecho, os Espíritos Consoladores esclarecem que devemos invocar o reino de Deus, uma vez que o Senhor deu aos homens as leis plenas de sabedoria que nos dariam a felicidade, a justiça, e a paz, se nós as cumpríssemos, ao invés de nos maltratarmos uns aos outros, como a maioria de nós está acostumada a fazer. O forte sustentaria o fraco, e toda a sorte de males, excessos, e abusos seriam evitados.
Deus deu ao homem , além do instinto, a inteligência e a razão, a liberdade de cumprir ou infringir as Leis Divinas, e de escolher entre o bem e o mal; a fim de que tenha o mérito e a responsabilidade das suas ações (Livre-Arbítrio, e Lei de Causa e Efeito), para o progresso moral dos Espíritos.
Como nas leis terrenas, ninguém pode alegar desconhecimento das Leis Divinas, pois, com a paternal Previdência Divina, Deus quis que elas ficassem gravadas na consciência de cada um de nós, sem distinção de cultos, nem de nações (se as Leis Divinas são violadas, é porque as mesmas são desprezadas). E chegará o dia que, segundo a promessa de Deus, todos praticarão as Leis Divinas (e o reinado das Leis Divinas, será o próprio reino de Deus na Terra).
Portanto, quando invocamos o reino de Deus, na verdade estamos suplicando ao Senhor que se acelere o advento da chegada deste dia, através da iluminação divina da Consciência da humanidade terrestre, para que a mesma possa ser conduzida definitivamente para o caminho da verdade.

PRECE. – III. Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu!
                          (Nehweh Sebyanakh , Aph al-ar-a,  Aykanna d-ba-Shmayya)

Nesta passagem o Espírito da Verdade elucida que se trata de uma postura de submissão: se existe um dever do filho para com o pai, do inferior para com o seu superior, quão maior não deve ser a da criatura para com o seu Criador? Fazer a vontade de Deus, é observar o cumprimento das Leis Divinas sem queixas. O homem se submeterá às mesmas, quando compreender que as mesmas são fonte de toda a sabedoria, e que sem Deus, o homem nada pode fazer prosperar. A humanidade fará, então, a tua vontade na Terra, como os eleitos a fazem no Céu.

PRECE. – IV. O pão nosso de cada dia, nos daí hoje!
                       (Hab Lan Lakhma d-suganan Yawmana)

Os Espíritos nos dizem que se trata de uma súplica: que Deus nos conceda o alimento indispensável à sustentação das forças do corpo; mas, que nos possibilite também o alimento espiritual para o desenvolvimento do nosso Espírito (isso remete à passagem do pão que Jesus divide com o seus discípulos durante a Santa Ceia).

Esta passagem também contém o aprendizado subliminar da resignação: nós devemos nos contentar apenas com o suficiente para a nossa sobrevivência, e com o necessário para nossa evolução moral como Espírito.

Mesmo o filho pródigo não é abandonado pela misericórdia de Deus!
O homem na Terra está submetido à Lei do Trabalho, e ele roga coragem e forças para obedecer a essa lei. Dá-nos também a prudência, a previdência e a moderação, a fim de não perdermos o respectivo fruto do trabalho.

Quando o homem pede ao Senhor, o pão de cada dia, trata-se, dos meios de adquirir, pelo trabalho, as coisas necessárias à vida; portanto, ninguém tem o direito de reclamar o supérfluo.  E se estivermos impossibilitados de trabalhar, que confiemos na providência divina.

Neste trecho igualmente se entende uma suplica, para que Deus nos preserve de invejar os que possuem o que não temos, nem mesmo os que dispõem do supérfluo, ao passo que a nós nos falta o necessário, e ao mesmo tempo pedimos perdão para eles, que se esquecem da Lei de caridade e de amor do próximo, que o Senhor ensinou para toda a humanidade.

 Por fim,  nós pedimos que se afaste do nosso Espírito a ideia de negar a justiça divina, ao notarmos a prosperidade do mau e a desgraça que cai por vezes sobre o homem de bem ( todos estão sujeitos ao seu cumprimento, e ninguém é exceção); que a prosperidade material do mau é efêmera (enquanto durar a sua existência corpórea), e que experimentará terríveis reveses, ao passo que eterno será o júbilo daquele que sofre resignado (o reino de Deus não é desse mundo).

PRECE. – V. Perdoais as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores!
                 (Wa-Sboq Lan Hawbayn, Aykana d-aph hnan)

Cada uma das nossas infrações às Leis do Senhor, é uma ofensa que fazemos à Ele, e uma dívida que contraímos e que cedo ou tarde teremos de saldar. Rogamos à Deus o perdão às nossas faltas, pela tua infinita misericórdia, sob a promessa, que empregaremos os maiores esforços para não contrair outras faltas.
Como Deus nos propõe a Lei da caridade (e a caridade não consiste apenas em assistirmos os nossos semelhantes em suas necessidades; também consiste no esquecimento e no perdão das ofensas), com que direito reclamaríamos a indulgência divina, se dela não usássemos para com aqueles que nos hão dado motivo de queixa?
Por isso nova súplica é feita para que Deus, conceda-nos forças para apagar de nossa alma todo ressentimento, todo ódio e todo rancor!
Que possamos ter a compreensão, que constituem parte das nossas provas terrenas as perseguições que os maus nos afligem. Devemos, então, recebê-las sem nos queixarmos, como todas as outras provas, e não maldizer dos que, por suas maldades, nos rasgam o caminho da felicidade eterna, visto que Deus disse, por intermédio de Jesus: "Bem-aventurados os que sofrem pela justiça!"

Bendigamos, portanto, a mão que nos fere e humilha, uma vez que as mortificações do corpo nos fortificam a alma e que seremos exaltados por efeito da nossa humildade.
Bendito seja o nome do Senhor, pela lição que nossa sorte não está irrevogavelmente fixada depois da morte; que encontraremos, em outras existências, os meios de resgatar e de reparar nossas culpas passadas, e de cumprir em nova vida o que não podemos fazer nesta, para nosso progresso.
Assim se explicam, afinal, todas as anomalias aparentes da vida. É a luz que se projeta sobre o nosso passado e o nosso futuro, sinal evidente da justiça divina soberana, e da infinita bondade de Deus.

PRECE. – VI. Não nos deixes cair em tentação, mas livrai-nos do mal!
                       (Wa-La Ta-Lan I-Nesyona, Ella Passan Men Bisha)

Novamente, o Espírito da verdade esclarece: este trecho trata-se de um pedido, para que Deus nos dê a força de resistir às sugestões dos Espíritos maus, que tentam nos desviar da senda do bem, inspirando-nos maus pensamentos. Mas, somos Espíritos imperfeitos, encarnados na Terra para expiar nossas faltas e melhorar-nos. Em nós mesmos está a causa primária do mal e os maus Espíritos mais não fazem do que aproveitar os nossos pendores viciosos, em que nos entretêm para nos tentarem (obsessão). Cada imperfeição é uma porta aberta à influência deles, ao passo que são impo tentes e renunciam a toda tentativa contra os seres perfeitos. E inútil tudo o que possamos fazer para afastá-los, se não lhes opusermos decidida e inabalável vontade de permanecer no bem e absoluta renunciação ao mal.

Portanto, suplicamos ao Senhor, que nos ampare em nossas fraquezas, e que permita a Graça de sermos inspirados pelos nossos anjos guardiães e pelos bons Espíritos, com a real vontade de nos corrigirmos de todas as imperfeições a fim de obstarmos aos Espíritos maus o acesso à nossa alma.

O mal não é obra de Deus, portanto o manancial de todo o bem nada de mal pode gerar. Somos nós mesmos que criamos o mal, infringindo as Leis Divinas e fazendo uso equivocado da liberdade que o Senhor nos outorgou. Quando os homens cumprirem as Leis de Deus, o mal desaparecerá da Terra, como já desapareceu de mundos mais adiantados que o nosso. O mal não constitui para ninguém uma necessidade fatal e só parece irresistível aos que nele se comprazem.  Enquanto não temos essa Consciência, nós rogamos o auxílio de Deus, e dos seus Bons Espíritos.

PRECE. – VII. Que assim Seja!
                        (Ameyn)

Finalmente, na prece final os Bons Espíritos concluem: nós pedimos ao Senhor, que os nossos desejos se efetivem. Mas, curvamo-nos perante a sabedoria infinita do Criador. Que em todas as coisas que nos escapam à compreensão se faça a santa vontade de Deus, e não a nossa!


Nós dirigimos esta prece para Deus, por nós mesmos e também por todas as almas sofredoras, encarnadas e desencarnadas, pelos nossos amigos e inimigos, por todos os que solicitem a nossa assistência (se preciso for, para alguém, ou alguma situação especial), onde suplicamos além da misericórdia Divina, a bênção de Deus.

Que a Consciência, e a energia contida nesta sublime oração calem fundo dentro dos nossos corações, e que doravante possamos entoar a mesma com toda a Fé!

Que assim seja!

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