A INGRATIDÃO DOS FILHOS E OS LAÇOS DE FAMÍLIA
Evangelho de 24/09/15 CAP. XIV
A ingratidão é um dos frutos mais imediatos do egoísmo; revolta sempre os corações honestos, mas a dos filhos com relação aos pais, tem um caráter ainda mais odioso; é sob esse ponto de vista especialmente que vamos encará-la para analisar-lhe as causas e os efeitos. aqui como por toda parte, o Espiritismo veio lançar luz sobre um dos problemas do coração humano.
Quando o Espírito deixa a Terra, carrega consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza, vai em busca de aperfeiçoamento ou fica estacionado, até que queira ver a luz, alguns partem carregando ódios, desejos de vingança insatisfeitos; mas, para alguns já mais avançados é permitido entrever algo da verdade. Tomam consciência de sua situação e, então tomam boas resoluções e compreendem que para ir para Deus só existe um caminho: a caridade, como pode haver caridade sem o esquecimento das ofensas, sem perdão carregando ódios?
Então, com muito esforço, olham para aqueles que detestaram na Terra, relutam com a idéia de perdoar, e mais ainda com a idéia de amarem aqueles que talvez lhe destruíram a fortuna, a honra, a família, entretanto lutam com esses sentimentos contrários, vacilam e se a boa resolução vence, pedem a Deus e aos bons Espíritos forças para o momento decisivo da prova.
Depois de alguns anos de meditações, preces, o Espírito se aproveita de um corpo que se prepara na família daquele que detestou e pede aos Espíritos encarregados de transmitirem as ordens supremas para ir cumprir na Terra os seu destino, através desse corpo que vem se formar.
Como será sua conduta nessa família ? Ela dependerá mais ou menos da persistência de suas boas resoluções. O contato incessante dos seres que odiou é uma prova terrível, sob a qual sucumbe, às vezes se sua vontade não é bastante forte. Assim segundo triunfe a boa ou má resolução, será amigo ou inimigo daqueles que foi chamado a conviver. Por aí se explicam esses ódios, essas repulsas instintivas que se nota em certas crianças que nenhum ato anterior parece justificar; nada nessa existência, pôde provocar essa antipatia; para compreendê-la é preciso voltar os olhos sobre o passado.
Compreendei o grande papel da Humanidade que ao produzir um corpo, a alma que nele se encarna vem do espaço para progredir, saiba de vossos deveres colocai todo vosso amor em aproximar essa alma de Deus., cumprindo essa missão que lhe está confiada recebereis a recompensa se cumprires fielmente.
Vossos cuidados, a educação que lhe prestar, ajudarão no aperfeiçoamento o seu bem estar futuro.
Se permaneceu atrasado por sua falta, seu castigo será vê-lo entre os Espíritos sofredores, ao passo que dependia dos pais tê-lo feito feliz. Assim sendo no futuro pedirás uma nova oportunidade para reparar sua falta, na qual o cercarás de cuidados mais esclarecidos, e ele cheio de reconhecimento o cercará de seu amor. Não rejeiteis aquele filho que vos paga com ingratidão, não é o acaso que o fez assim e que te deu. Mães, abrace os filhos que lhe causam desgosto e diga: um de nós foi culpado, Muitas vezes, em lugar de arrancar pela educação os maus princípios inatos de existências anteriores, entretêm, desenvolvem esses mesmos princípios por fraqueza culposa ou por negligência, e mais tarde terá o coração ulcerado pela ingratidão dos filhos, será desde esta vida o começo de uma expiação. A tarefa não é tão difícil como crêem; não exige o saber do mundo, o ignorante como o sábio pode cumpri-la, e o Espiritismo veio facilitá-la dando a conhecer a causa das imperfeições do coração humano.
Desde o berço a criança manifesta os instintos bons ou maus que traz de sua existência anterior; é estudando-os que é preciso aplicar; todos os males têm seu princípio no orgulho e no egoísmo, observe os menores sinais que revelem os germes desse vícios e empenhe-se em combatê-los sem esperar que criem raízes profundas, faça como o bom jardineiro arranque os maus brotos à medida que vê despontar sobre a árvore. Se deixar se desenvolver o egoísmo e orgulho, não se espante de ser mais tarde pagos pela ingratidão. Quando os pais fizeram tudo o que deviam para o adiantamento moral dos filhos, se não se saem bem, não tem censuras a se fazer, e sua consciência pode estar tranquila, mas ao desgosto que que experimentam do insucesso dos seus esforços, Deus reserva uma grande, uma imensa consolação, pela certeza que não é senão um atraso, e que lhes será dado acabar em outra existência a obra começada nesta, e que um dia o filho ingrato os recompensará com seu amor. Para aqueles que já tem filhos maravilhosos a obra já está concluída, para os que ainda não têm a obra ainda está por fazer. Chega um dia em que co culpado está cansado de sofrer, em que seu orgulho está enfim domado, e é então que Deus abre seus braços paternais ao filho pródigo que se lança a seus pés. Os Espíritos que a semelhança dos gostos, a identidade de progresso moral e a afeição levam a se reunirem, formam famílias, esses mesmos Espíritos, quando voltam para a Terra, se procuram para se agruparem, daí nascem as famílias unidas e homogêneas; mas como não devem trabalhar somente para si, Deus permite que Espíritos menos avançados venham a se encarnar entre eles para aí haurir conselhos e bons exemplos, no interesse de seu adiantamento; eles causam por vezes, perturbações, mas aí está a prova, aí está a tarefa. Acolhei-os, como irmãos; vão em sua ajuda e, mais tarde no mundo dos Espíritos, a família se felicitará de haver salvo do naufrágio os que, a seu turno, poderão salvar a outros. (ESE Santo Agostinho 1862)
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