EVANGELHO DE 14/04/2016 CAP. XVII
– SEDE PERFEITOS
O HOMEM
DE BEM
O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de
amor e caridade, na sua maior pureza. Se interroga a sua consciência sobre os
próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez
todo o bem que podia, se não deixou
escapar voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem do que se
queixar dele, enfim, se fez aos outros aquilo que queria que os outros fizessem
por ele.
Tem fé em Deus, na sua bondade, na sua
justiça e na sua sabedoria; sabe que nada acontece sem a sua permissão, e
submete-se em todas as coisas à sua vontade.
Tem fé no futuro, e por isso coloca os
bens espirituais acima dos bens temporais.
Sabe que todas as vicissitudes da
vida, todas as dores, todas as decepções, são provas ou expiações, e as aceita
sem murmurar.
O homem possuído pelo sentimento de
caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperar recompensa, paga
o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica sempre o seu
interesse à justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que
distribui, nos serviços que presta, nas venturas que promove, nas lágrimas que
faz secar, nas consolações que leva aos aflitos. Seu primeiro impulso é o de
pensar nos outros, antes que em si mesmo, de tratar dos interesses dos outros,
antes que dos seus. O egoísta, ao contrário, calcula os proveitos e as perdas de
cada ação generosa.
É bom, humano e benevolente
para com todos, sem distinção de raças nem de crenças, porque vê todos os
homens como irmãos.
Respeita nos outros todas as
convicções sinceras, e não lança o anátema aos que não pensam como ele.
Em todas as circunstâncias, a caridade
é o seu guia. Considera que aquele que prejudica os outros com palavras
maldosas, que fere a suscetibilidade alheia com o seu orgulho e o seu desdém,
que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que
ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever do amor ao próximo e não merece a
clemência do Senhor.
Não tem ódio nem rancor, nem desejos
de vingança. A exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas, e não se lembra
senão dos benefícios. Porque sabe que será perdoado, conforme houver perdoado.
É indulgente para as fraquezas
alheias, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência, e se lembra
destas palavras do Cristo: “Aquele que está sem pecado atire a primeira pedra”.
Não se compraz em procurar os defeitos
dos outros, nem a pô-los em evidência. Se a necessidade o obriga a isso,
procura sempre o bem que pode atenuar o mal.
Estuda as suas próprias imperfeições,
e trabalha sem cessar em combatê-las. Todos os seus esforços tendem a
permitir-lhe dizer, amanhã que traz em si alguma
coisa melhor do que na véspera.
Não se envaidece em nada com
a sua sorte, nem com os seus predicados pessoais, porque sabe que tudo quanto
lhe foi dado pode ser retirado. Usa mas não abusa dos bens que lhe são
concedidos, porque sabe tratar-se de um depósito, do qual deverá prestar
contas, e que o emprego mais prejudicial para si mesmo, que poderá lhes dar, é
pô-los ao serviço da satisfação de suas paixões.
Se nas relações sociais, alguns homens
se encontram na sua dependência, trata-os com bondade e benevolência, porque
são seus iguais perante Deus. Usa sua autoridade para erguer-lhes a moral, e não
para os esmagar com o seu orgulho, e evita tudo quanto poderia tornar mais
penosa a sua posição subalterna.
O subordinado, por sua vez, compreende
os deveres da sua posição, e tem o
escrúpulo de procurar cumpri-los conscientemente.
O homem de bem, enfim, respeita nos
seus semelhantes todos os direitos que lhes são assegurados pelas leis da
natureza, como desejaria que os seus fossem respeitados.
Vamos estudar Allan Kardec em O
Livro dos Espíritos questão 918: "Por que indícios se pode reconhecer em
um homem o progresso real que lhe elevará o Espírito na hierarquia
espírita?" A resposta dada pelo espírito consolador foi: "o espírito
prova a sua elevação, quando todos os seus atos da vida corporal representam a
prática da lei de Deus, e quando antecipadamente compreende a vida
espiritual."
O primeiro parágrafo é a
síntese de como deve proceder com o homem de bem. Este parágrafo, já na sua
primeira frase, traz a norma máxima da vida do homem de bem: o cumprimento da
lei de justiça, de amor e de caridade.
A outra parte do parágrafo
inicial sobre " homem de bem " refere-se a " interrogar a
consciência ", ato dos mais louváveis, pois é nela que está impressa a lei
de Deus (O Livro dos espíritos que estão 621). Na questão 919, do Livro dos
espíritos, que trata sobre " Qual o meio prático mais eficaz que tem um
homem de se melhorar nessa vida, e de resistir a atração do mal? ", nós
somos recomendados pelo Espírito consolador a seguir o conselho do filósofo
grego Sócrates de conhecimento de nós mesmos.
O segundo e o terceiro
parágrafos podem ser resumidos da seguinte forma: o homem de bem deve ter fé em
Deus, e a certeza do futuro em Deus.
O quarto parágrafo fala que
todas as situações negativas da vida são provas e expiações que devemos aceitar
sem reclamações.
quinto e o
sexto parágrafos falam sobre a importância da verdadeira caridade, e quais as
recompensas da prática da mesma, e comparam o benevolente com o egoísta na
mesma situação.
O sétimo e oitavo parágrafos
falam sobre a importância de enxergarmos todos os homens como irmãos, e da
necessidade de respeitamos todos os pontos de vista, especialmente acolhendo
aqueles que divergem dos nossos.
O nono parágrafo reforça a
importância da caridade, e decreta que aquele que pratica ações não
edificantes, falta ao dever do amor ao
próximo e não merece a clemência de Deus.
O décimo, o décimo primeiro, e
décimo segundo parágrafos ressaltam a importância de esquecer e perdoar
ofensas, e das fraquezas alheias, e que não devemos alimentar nem ódio, nem
rancor, nem desejo de vingança. O homem de bem não procura o defeito nos
outros, nem os evidencia, pelo contrário, aproveita todas as ocasiões para
ressaltar as vantagens dos outros.
O décimo terceiro parágrafo
fala sobre a importância de se estudar as próprias imperfeições e de trabalhar
para combatê-las.
O décimo quarto, décimo quinto,
e décimo sexto parágrafos falam que o homem não pode se perder no orgulho e na
vaidade em função dos predicados pessoais e dos talentos que recebeu, pois o
homem na terra nada mais é do que um fiel depositário (tudo o que lhe foi dado
pode ser retirado), e até por se encontrar nessa posição ele deverá fazer um
uso consciente desses predicados e talentos.
O décimo sétimo e o décimo
oitavo parágrafos tratam das relações sociais de hierarquia: O líder deve
tratar o subalternos com bondade e
benevolência, porque todos são iguais perante a Deus, e ele deve ainda usar a
sua autoridade para erguer lhes o moral, e não humilhar.
Em contrapartida, o subordinado
deve compreender os deveres da sua posição e ter o escrúpulo de procurar
cumprir os mesmos conscientemente.
Para arrematar este importante
trecho do Evangelho, o Espírito consolador decreta que o homem do bem respeita
a regra de ouro: "não faça aos outros o que você não quer que seja feita
você ".
Ele diz ainda, que esta não é
uma relação completa das qualidades que distingue um homem de bem, mas quem
quer que se esforce para possuí-las estará no caminho que conduz às demais.
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